Em 2024, a Europa vivenciou um ano marcado por eventos climáticos extremos, com inundações e tempestades afetando mais de 413 mil pessoas e resultando em pelo menos 335 mortes. Segundo o relatório “European State of the Climate”, elaborado pelo serviço Copernicus e pela Organização Meteorológica Mundial, o continente enfrentou seu ano mais quente já registrado, intensificando a frequência e severidade de desastres naturais.
A Depressão Isolada em Níveis Altos (DANA) que atingiu Valência, na Espanha, em outubro, foi particularmente devastadora, concentrando 70% das mortes por inundações na Europa em 2024. Este evento também representou grande parte das perdas econômicas relacionadas com inundações, valoradas em 16,5 bilhões de euros.
Na Europa Central, a tempestade Boris provocou chuvas torrenciais em países como Polônia, República Tcheca e Alemanha, resultando em mais de 20 mortes e danos significativos à infraestrutura. Na Polônia, cerca de 57 mil pessoas foram afetadas, com mais de 11 mil edifícios danificados.
As consequências econômicas desses eventos foram substanciais. Na Alemanha, os danos por desastres naturais superaram 7 bilhões de euros, afetando setores como o automobilístico. Além disso, as seguradoras globais enfrentaram perdas de 135 bilhões de dólares, impulsionadas por furacões e inundações, marcando o quinto ano consecutivo com custos superiores a 100 bilhões de dólares.
O relatório também destaca que um em cada oito europeus vive em áreas de risco de inundações, e 11% dos hospitais estão localizados em zonas vulneráveis. A Agência Europeia do Ambiente alerta para a necessidade urgente de adaptação das cidades às novas realidades climáticas, enfatizando soluções baseadas na natureza e sistemas de alerta precoce.
Especialistas ressaltam que, sem ações climáticas mais robustas, a Europa poderá enfrentar impactos ainda mais devastadores, mesmo com os avanços na geração de energia renovável.
Em resumo, 2024 serviu como um alerta para a Europa sobre os efeitos crescentes das mudanças climáticas, destacando a necessidade de medidas imediatas para mitigar e adaptar-se a eventos climáticos extremos.
