O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, e sua esposa, Nadine Heredia, foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, após serem considerados culpados de receber contribuições ilícitas da construtora brasileira Odebrecht e do governo venezuelano durante as campanhas presidenciais de 2006 e 2011.
A sentença foi proferida pelo Tercer Juzgado Colegiado de la Corte Superior Nacional, após uma década de investigações e três anos de julgamento oral. O tribunal determinou que Humala cumprirá sua pena até 28 de julho de 2039, e ambos deverão pagar 10 milhões de soles como reparação civil. Além disso, Ilán Heredia, irmão de Nadine, foi condenado a 12 anos de prisão por ações que legitimaram dinheiro ilícito.
Durante o processo, a juíza Nayko Coronado destacou que os réus utilizaram sua influência política para beneficiar empresas em troca de financiamento ilegal. Nadine Heredia solicitou asilo diplomático na Embaixada do Brasil em Lima, enquanto Humala foi transferido para o presídio de Barbadillo, onde já estão detidos outros ex-presidentes peruanos.
Este caso reforça o padrão de corrupção que tem afetado os últimos líderes do país, sendo Humala o terceiro ex-presidente peruano condenado por envolvimento com a Odebrecht. A construtora brasileira admitiu ter pago propinas a autoridades em diversos países da América Latina, desencadeando uma série de investigações e condenações.
A condenação de Humala e Heredia marca um capítulo significativo na luta contra a corrupção no Peru, evidenciando a persistência de práticas ilícitas no financiamento de campanhas eleitorais e a influência de empresas privadas em decisões governamentais.