Israel e Líbano firmam cessar-fogo mediado pelos EUA, marcando possível fim de hostilidades na região
O governo de Israel aprovou hoje (26) um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, organização libanesa xiita, após semanas de negociações mediadas pelos Estados Unidos. A trégua começa a vigorar nesta quarta-feira (27) e inclui termos que podem estabelecer uma base para a paz definitiva entre as partes.
O pacto prevê uma suspensão de 60 dias nas hostilidades, além de medidas para garantir a estabilidade na região. Um dos principais pontos do acordo é a retirada das forças armadas israelenses do sul do Líbano e o deslocamento do Hezbollah ao norte do rio Litani. Essas ações seguem diretrizes da Resolução 1701 da ONU, que estabelece o Exército Libanês e as forças de paz da ONU (Unifil) como os únicos grupos armados permitidos na área.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, destacou que o cessar-fogo não limita a liberdade de ação militar de Israel, caso o Hezbollah viole os termos do acordo. Segundo ele, o país responderá prontamente a qualquer tentativa de rearmamento ou ações hostis do grupo libanês.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou a iniciativa, descrevendo-a como um “novo começo” para o Líbano e ressaltando a importância de medidas que tragam estabilidade duradoura à região. O premiê libanês Nayib Mikati também enalteceu o acordo, considerando-o um passo essencial para a pacificação regional.
O contexto para o acordo é marcado por uma escalada recente nos confrontos, que resultaram na morte de mais de 3.500 pessoas no Líbano, além de extensiva destruição de infraestrutura. Netanyahu afirmou que os objetivos militares de Israel foram atingidos, incluindo a neutralização de líderes do Hezbollah e o enfraquecimento de sua infraestrutura militar.
A aprovação do pacto pelo Gabinete de Segurança de Israel foi seguida de críticas internas. Alguns setores consideram a trégua um risco para a segurança de comunidades israelenses próximas à fronteira. Por outro lado, defensores do acordo veem a medida como uma oportunidade para negociações futuras de delimitação de fronteiras, aspecto pendente desde o conflito de 2006.
Esse marco diplomático reflete a complexidade das tensões no Oriente Médio, onde qualquer passo em direção à paz requer coordenação intensa e compromissos de ambas as partes. A implementação efetiva do acordo dependerá da adesão dos envolvidos às condições pactuadas, além de monitoramento contínuo por parte da ONU e mediadores internacionais.
Fontes: DW, ContilNet
Postado : James Freitas