Agentes da Polícia Civil deram início nesta terça-feira, 23, a uma pausa em suas atividades em todo o território do Rio Grande do Norte. A decisão foi tomada pelo grupo após tentativas infrutíferas de negociação com o Governo do Estado.
Além de interromper suas tarefas, os agentes iniciaram um acampamento em frente à Central de Flagrantes, na capital Natal. Eles buscam um encontro com representantes governamentais para debater uma nova proposta.
Com a paralisação, as delegacias encerraram suas atividades nesta terça-feira, inclusive as de serviço emergencial. Além disso, os policiais deixaram de cadastrar ocorrências online.
O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) informou que, com a suspensão das atividades, apenas a Delegacia de Plantão Zona Sul permanecerá operacional durante a noite.
A demanda da categoria é por um ajuste salarial. A última oferta apresentada pelo governo consiste em um reajuste de 5% em janeiro e outro de 5% em abril de 2025.
De acordo com o secretário de Administração, Pedro Lopes, foi proposta à categoria uma reposição média de 9% sobre a folha de pagamento, além de 3,9% para resolver uma questão jurídica relacionada à promoção por tempo de serviço, e a correção das perdas inflacionárias de 2024 e 2025 nos anos de 2025 e 2026.
A Polícia Civil ainda não divulgou quais serviços serão afetados nem as orientações para a população que necessita deles. Também não explicou como serão tratados os casos de flagrante e os atendimentos em locais de crimes como homicídios.
Na tarde desta terça-feira, ocorreu uma reunião com o secretário de Segurança Pública, Araújo Silva, a delegada-geral da Polícia Civil, Ana Cláudia Saraiva, e o delegado-geral adjunto, Herlânio Cruz.
Na ocasião, os gestores se comprometeram a se encontrar diretamente com a governadora Fátima Bezerra (PT) nesta quarta-feira, 24, para discutir a pauta dos policiais civis.
“A categoria mais uma vez demonstrou sua força e união, com um movimento muito sólido, e continuará lutando. A decisão de reabrir a Delegacia de Plantão Zona Sul foi um gesto de flexibilização para retomarmos as negociações”, afirmou Nilton Arruda, presidente do Sinpol.
MP ingressa com ação solicitando o fim da paralisação:
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) ingressou com uma ação na Justiça nesta terça-feira, 23, solicitando o encerramento imediato da pausa nas atividades.
A Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) também solicita na ação que haja desconto na remuneração dos policiais pelos dias de pausa.
O MPRN pediu ainda que o Governo do Estado seja notificado para intervir na demanda e que o Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança do Estado (Sinpol) seja condenado ao pagamento das custas processuais.
O MPRN destaca que o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que servidores da segurança pública não podem fazer greve.
Fonte: Agora RN – Foto:
