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7 de setembro de 2024
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Ataque israelense carboniza crianças, mata palestinos e gera indignação internacional

Foto: AFP

Crianças, mulheres e idosos foram carbonizados, totalizando pelo menos 45 mortos e mais de 200 feridos. Esse foi o saldo do bombardeio israelense ao campo de refugiados na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, ocorrido neste domingo. O ataque desrespeitou uma decisão da Corte Internacional de Justiça, gerando indignação global.

“O massacre de ontem em Rafah deixou 45 mártires, incluindo 23 mulheres, crianças e idosos. Outros 249 ficaram feridos”, informou o Ministério da Saúde do território palestino. Equipes da Defesa Civil de Gaza relataram ter encontrado vários corpos “carbonizados” pelo incêndio resultante do bombardeio.

Imagens divulgadas pelo Crescente Vermelho Palestino mostram o caos, com profissionais de saúde tentando socorrer os feridos, incluindo crianças. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha relatou que um de seus hospitais de campanha estava atendendo um grande “fluxo de feridos em busca de atendimento para lesões e queimaduras” e que suas equipes estavam “fazendo todo o possível para salvar vidas”.

Fotos capturadas por equipes da AFP na manhã de segunda-feira mostram restos carbonizados de barracas e famílias palestinas observando a destruição.

“Nós havíamos terminado a oração da noite (…) nossos filhos estavam dormindo, de repente ouvimos um grande barulho, vimos fogo por todos os lados. As crianças gritavam, o barulho era assustador”, contou uma sobrevivente, que pediu anonimato, à AFP.

O ataque ocorreu algumas horas após o Hamas lançar foguetes contra Tel Aviv e outras áreas do centro de Israel, todos interceptados. Os ataques do Hamas vieram após Israel ignorar uma decisão da Corte Internacional de Justiça contra as operações em Rafah e continuar com os bombardeios.

Reações internacionais:

O massacre gerou fortes reações internacionais, sendo condenado por França, Egito, Jordânia, Kuwait e Catar. O Egito classificou o evento como um “ataque contra civis indefesos” e a Jordânia acusou Israel de cometer “crimes de guerra”. O Kuwait denunciou os “flagrantes crimes de guerra e o genocídio” cometidos por Israel, enquanto o Catar chamou o bombardeio de uma “violação perigosa do direito internacional”.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina responsabilizou tanto os Estados Unidos quanto Israel pelo “holocausto de Rafah”.

“O exército de ocupação  [israelense] cometeu um dos massacres mais atrozes da história da humanidade ao bombardear tendas repletas de deslocados em Rafah, que instalaram as suas tendas junto a uma sede da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados – UNRWA, numa tentativa de se refugiarem dos refugiados. a guerra de extermínio em curso.”

A ONU pediu a Israel uma investigação “completa e transparente” sobre o ataque. O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que “estas operações devem parar”.

“Não há áreas seguras em Rafah para civis palestinos. Apelo ao pleno respeito pelo direito internacional e a um cessar-fogo imediato”, escreveu ele na rede social X.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse estar “horrorizado com as notícias vindas de Rafah sobre os ataques israelenses que mataram dezenas de pessoas deslocadas, incluindo crianças”.

“Estamos investigando. Qualquer perda de vidas civis é grave e terrível”, afirmou o porta-voz do governo israelense, Avi Hyman, em coletiva, assegurando que Israel “tenta limitar as vítimas civis”. Israel anunciou uma investigação sobre o “grave” bombardeio que, segundo o Exército, teve como alvo milicianos do Hamas.

Contexto:

O atual genocídio palestino cometido por Israel na Faixa de Gaza começou em outubro do ano passado, mas a ONU já considerava as condições no território palestino “sufocantes” antes disso.

O bloqueio israelense de 17 anos, destinado a forçar o Hamas, partido que venceu as eleições palestinas em 2006, a abdicar do poder, gerou uma taxa de desemprego de 45% e uma insegurança alimentar que afetava 64% da população. A ONU estimava que mais de 80% dos moradores de Gaza dependiam de ajuda externa para sobreviver.

Em 7 de outubro, membros do Hamas invadiram Israel e realizaram o ataque mais violento já sofrido pelo país, deixando cerca de 1,2 mil mortos e capturando 240 reféns. A resposta do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi considerada desproporcional pela comunidade internacional. Bombardeios diários em um dos territórios mais densamente povoados do mundo têm causado a morte de dezenas de milhares de palestinos e destruído a infraestrutura de Gaza.

O número de mortos ultrapassou 36 mil palestinos — cerca de 70% mulheres e crianças —, com mais de 8 mil pessoas desaparecidas sob os escombros. Cerca de 35% dos edifícios foram destruídos e quase todos os mais de dois milhões de habitantes foram forçados a abandonar suas casas.

Na Cisjordânia, a violência cometida por colonos israelenses é diária, com mais de 500 mortos. Desde o início do conflito, milhares de palestinos foram presos e o governo anunciou mais detenções este ano.

A ONU alerta para o desastre humanitário, acusando Israel de usar a fome coletiva como arma de guerra e alertando para a possibilidade real de centenas de milhares de palestinos morrerem por falta de alimentos. A Corte Internacional de Justiça ordenou a interrupção imediata dos bombardeios em Rafah para evitar a morte de civis, decisão que foi ignorada por Israel.

Fonte: *Brasil de Fato – Edição: Rodrigo Durão Coelho – *Com informações da AFP

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