Em 2024, o Brasil registrou um aumento significativo de 79% nas áreas afetadas por queimadas em comparação com o ano anterior, totalizando 30,8 milhões de hectares devastados pelo fogo.
Essa extensão supera o território da Itália e representa o maior índice desde o início do monitoramento pelo MapBiomas em 2019.
A Amazônia foi o bioma mais impactado, concentrando 58% da área queimada, com 17,9 milhões de hectares atingidos. O Cerrado também sofreu consideravelmente, apresentando um aumento de 91% nas áreas queimadas em relação a 2023, totalizando 9,7 milhões de hectares afetados.
Especialistas atribuem esse cenário à combinação de condições climáticas extremas, como a pior seca já registrada no país, intensificada pelo fenômeno El Niño, e atividades humanas, incluindo queimadas agrícolas e desmatamento.
A coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, destacou que “os impactos dessa devastação expõem a urgência de ações coordenadas e engajamento em todos os níveis para conter uma crise ambiental exacerbada por condições climáticas extremas, mas desencadeada pela ação humana como foi a do ano passado”.
O estado do Pará liderou em áreas queimadas, seguido por Mato Grosso e Tocantins, com 7,3 milhões, 6,8 milhões e 2,7 milhões de hectares afetados, respectivamente.
A devastação das florestas não apenas ameaça a biodiversidade, mas também contribui para o agravamento das mudanças climáticas globais.
Diante desse cenário alarmante, especialistas enfatizam a necessidade de políticas públicas eficazes para a conservação ambiental e a implementação de estratégias robustas de mitigação das mudanças climáticas. A proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será sediada no Brasil em novembro, ressalta a importância de ações imediatas para reverter essa tendência preocupante.
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