O governo brasileiro anunciou que buscará esclarecimentos das autoridades norte-americanas sobre o “tratamento degradante” dispensado a cidadãos brasileiros em voos de deportação. Recentemente, um grupo de 88 deportados chegou ao Brasil algemado, e alguns relataram maus-tratos durante o trajeto. De acordo com o Ministério da Justiça, a aeronave, que também transportava 16 agentes de segurança dos EUA e oito tripulantes, fez uma parada não programada em Manaus devido a problemas técnicos. Em solo brasileiro, as autoridades ordenaram a remoção das algemas e providenciaram um voo da Força Aérea Brasileira para concluir o percurso até Belo Horizonte.
Este episódio provocou indignação entre brasileiros, que criticam a recepção dada aos deportados. Nas redes sociais, um usuário desabafou: “Criminosos deportados dos EUA são recebidos como heróis de guerra. Esse país é um cabaré”.
Casos anteriores de deportação também chamaram a atenção. Em julho de 2022, os irmãos Deivide e James Lino-Ribeiro, procurados pela Justiça brasileira por crimes como roubo e latrocínio, foram deportados dos EUA e presos ao desembarcarem no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.
A postura do Brasil em relação aos deportados tem gerado debates sobre a impunidade e a imagem do país como refúgio para criminosos internacionais. Em 1996, o Supremo Tribunal Federal recebeu 78 pedidos de extradição de 18 países, indicando que o Brasil é um destino frequente para fugitivos da justiça.
A recente polêmica sobre o tratamento de deportados reacende discussões sobre as políticas migratórias e a cooperação internacional em matéria de segurança. O governo brasileiro aguarda uma resposta das autoridades norte-americanas enquanto a sociedade debate o equilíbrio entre direitos humanos e a necessidade de combater a criminalidade transnacional.
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