A mesa de negociações entre o governo federal, representado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), e as entidades que representam os professores universitários resultou em conclusões divergentes.
A Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes) aceitou os termos propostos pelo governo, encerrando assim a greve. O acordo firmado não prevê reajuste para 2024, mas estabelece um aumento de 9% em janeiro de 2025 e mais 5% em 2026.
Por outro lado, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) mantiveram sua proposta inicial e não aceitaram o acordo. Eles demandam um reajuste de 7,06% já em 2024, além de 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em 2026.
Wellington Duarte, presidente da Proifes, afirmou que os sindicatos membros da federação decidiram, por maioria, aceitar a oferta do governo, considerando que não havia mais margem para negociação salarial. “A divergência fundamental [com os outros sindicatos] é de que nós acreditamos que o limite foi dado e de forma democrática decidimos assinar”, explicou.
O Andes planeja uma nova mobilização nacional com uma manifestação em Brasília, marcada para 3 de junho, data da próxima reunião com o MGI para continuidade das negociações. Gustavo Seferian, presidente do Andes, classificou o acordo como a “consumação de uma farsa”.
Antes da negociação, a entidade já havia divulgado uma nota repudiando qualquer tentativa da Proifes ou de qualquer outra organização, que não fosse o Andes e o Sinasefe, de representar os milhares de docentes federais.
Os professores estão em greve desde 15 de abril. Os servidores técnico-administrativos das universidades federais também estão paralisados. A proposta de reajuste para esses servidores é a mesma oferecida aos professores, mas ainda não houve uma decisão oficial por parte dos trabalhadores.
Fonte: Brasil de Fato – Edição: Nicolau Soares