Municípios gaúchos estimam danos de quase R$ 10 bi com cheias no RS

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou dados parciais do sistema nacional de Defesa Civil que estimam um prejuízo de R$ 9,6 bilhões nas cidades do Rio Grande do Sul afetadas pelas enchentes. Segundo os números atualizados na tarde deste sábado (18), o setor habitacional foi o mais impactado, com perdas de R$ 4,6 bilhões devido à danificação ou destruição de mais de 105,4 mil residências.

O setor público registrou danos de R$ 2,3 bilhões, enquanto as perdas no setor privado somaram R$ 2,7 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões estão relacionados à agricultura. (Veja quadro detalhado ao final da matéria)

A CNM esclareceu que houve uma redução em comparação aos R$ 10 bilhões de prejuízos aos municípios registrados na sexta-feira (17). Essa variação é explicada pelo processo de atualização de dados por parte de alguns municípios. Cinco dos afetados já haviam contabilizado danos e prejuízos anteriormente e agora apresentam números zerados, o que pode indicar um novo preenchimento de informações. Outros cinco municípios iniciaram a inserção dos dados no sistema recentemente.

“A CNM acompanha diariamente a situação e reforça que os dados são parciais, uma vez que as gestões locais ainda enfrentam dificuldades para a inserção de informações no sistema”, afirmou a entidade que representa os prefeitos brasileiros.

No último dia 9, o governador Eduardo Leite afirmou que são necessários, pelo menos, R$ 19 bilhões para reconstruir o Rio Grande do Sul. No mesmo dia, o presidente Lula (PT) anunciou um pacote de R$ 50,9 bilhões, aprovado pelo Congresso Nacional, para auxiliar famílias, trabalhadores rurais, empresas e municípios.

  • Tragédia afeta mais de 92% do RS
    De acordo com dados divulgados neste domingo (19) pela Defesa Civil do RS, a maior catástrofe climática da história do estado atingiu 463 dos 497 municípios gaúchos, afetando mais de 2,3 milhões de pessoas. As enchentes, que começaram em 29 de abril, resultaram na morte de 155 pessoas, deixaram 806 feridos e mantêm mais de 617,5 mil pessoas afastadas de suas casas.

Foram resgatadas 82.666 pessoas e 12.215 animais. Além disso, 89 gaúchos continuam desaparecidos.

Impacto da catástrofe
Habitações:
– Danificadas: 96,2 mil;
– Destruídas: 9,2 mil;
– Total de unidades habitacionais afetadas: 105,4 mil;
– Prejuízos na habitação: R$ 4,6 bilhões.

Danos no setor público:
– Danos materiais (escolas, hospitais, prefeituras, prédios de serviços públicos, instalações comunitárias, etc.): R$ 427,1 milhões;
– Obras de infraestrutura (pontes, calçamento, asfaltamento de ruas e avenidas, viadutos, sistemas de drenagens urbanas etc.): R$ 1,6 bilhão;
– Sistema de transportes: R$ 88 milhões;
– Assistência médica emergencial: R$ 8,8 milhões;
– Sistema de esgotamento sanitário: R$ 12,5 milhões;
– Limpeza urbana e remoção de escombros: R$ 35,7 milhões;
– Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 5,1 milhões;
– Sistema de ensino: R$ 83 milhões;
– Abastecimento de água: R$ 13,2 milhões;
– Controle de pragas e vetores: R$ 810 mil;
– Distribuição de combustíveis: R$ 1,6 milhões;
– Segurança Pública: R$ 1,3 milhão;
– Telecomunicações: R$ 1,1 mil.

Danos no setor privado:
– Agricultura: R$ 2 bilhões;
– Pecuária: R$ 220,5 milhões;
– Indústria: R$ 267 milhões;
– Comércio local: R$ 129,7 milhões;
– Demais serviços: R$ 86,8 milhões. (Com CNM)

Fonte: Diário do Poder

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