A influência de países vizinhos nas eleições municipais nas regiões de fronteira do Brasil tem sido significativa. Essas áreas, que correspondem a 16% do território nacional, enfrentam desafios únicos devido à proximidade com outras nações, afetando diretamente as dinâmicas políticas e sociais das cidades brasileiras. Com cerca de 588 municípios nessa faixa de fronteira, 124 deles compartilham limites com países como Venezuela, Paraguai e Bolívia, tornando a imigração, o contrabando e a presença do crime organizado problemas centrais nessas localidades.

Além disso, as cidades-gêmeas, como Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (Paraguai), demonstram forte interdependência com seus vizinhos, o que exige dos gestores públicos uma “diplomacia paralela” para resolver questões como gestão de resíduos e transporte escolar. A imigração, principalmente de venezuelanos para Roraima, trouxe desafios de moradia e tensões entre brasileiros e imigrantes, questões que muitas vezes passam despercebidas nas campanhas eleitorais, já que os estrangeiros não têm direito ao voto.

Adicionalmente, a evasão escolar elevada e o contrabando de mercadorias, que oferecem ganhos substanciais a jovens, criam uma dinâmica de fragilidade econômica. A falta de grandes indústrias ou empreendimentos na região contribui para a dependência dessas atividades ilícitas, o que também afeta as campanhas eleitorais, visto que muitos candidatos focam em promessas de combate ao crime e desenvolvimento local.

A recente Política Nacional de Fronteiras, instituída pelo governo, busca enfrentar esses problemas, promovendo segurança e desenvolvimento sustentável.

Fonte: Agência Brasil