Na ata da reunião que manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano, divulgada nesta terça-feira (6), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) declarou que “não hesitará” em aumentar os juros caso isso se torne necessário, conforme o documento.
O Banco Central analisa com prudência diversos fatores que podem causar a aceleração da inflação e destaca a decisão de não se comprometer com “estratégias futuras”. No entanto, caso a manutenção da taxa em 10,50% ao ano não consiga controlar os índices de preços, poderá haver um aumento na taxa básica de juros, conforme afirmou a autoridade monetária.
“O comitê avaliará a melhor estratégia: por um lado, se a manutenção da taxa de juros por um período suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; por outro lado, o comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta, se julgar apropriado”, diz o texto.
Esta é a segunda vez em 2024 que o órgão decide manter a Selic inalterada em 10,50%, decisão defendida de forma unânime.
O documento também sublinha tanto o cenário externo adverso quanto o dinamismo inesperado da economia doméstica. “O ambiente externo mantém-se adverso, em função da incerteza sobre os impactos e a extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e sobre as dinâmicas de atividade e de inflação em diversos países”, informou o comitê na reunião das atas.
Os bancos centrais das principais economias continuam firmes em suas políticas de contenção da inflação, o que obriga países emergentes a agirem com cautela. O dinamismo no cenário doméstico é maior do que o esperado, destaca a ata. “Os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho seguem apresentando dinamismo maior do que o esperado.” A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou, entretanto, as medidas de inflação subjacentes continuam acima da meta. Segundo a pesquisa Focus, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 estão em torno de 4,1% e 4%, respectivamente.
Fonte: Diário do Poder – Álvaro Luiz