Em 2025, o trabalhador brasileiro deverá dedicar 149 dias do ano exclusivamente para pagar tributos, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Esse período representa cerca de cinco meses de trabalho destinados ao pagamento de impostos sobre consumo, renda e patrimônio, que correspondem a 40,71% da renda média anual do cidadão.
A análise do IBPT considera tributos federais, estaduais e municipais, incluindo Imposto de Renda, INSS, ICMS, IPI, IPVA e IPTU. A carga tributária varia conforme a faixa de renda:
- Até R$ 3.000: 38,63% da renda comprometida, exigindo 141 dias de trabalho;
- Entre R$ 3.000 e R$ 10.000: 42,47% da renda, correspondendo a 155 dias;
- Acima de R$ 10.000: 40,55% da renda, totalizando 148 dias.
A classe média, com rendimentos entre R$ 3.000 e R$ 10.000, é a mais impactada, dedicando mais tempo para quitar tributos. Isso se deve à combinação de alíquotas progressivas do Imposto de Renda e à regressividade dos impostos sobre consumo, como o ICMS, que afetam proporcionalmente mais os contribuintes dessa faixa.
Historicamente, a quantidade de dias trabalhados para pagar tributos tem aumentado. Na década de 1970, eram necessários 76 dias; em 2025, esse número praticamente dobrou.
Apesar da elevada carga tributária, o retorno em serviços públicos é considerado insatisfatório. Segundo o IBPT, o Brasil apresenta o pior retorno do imposto para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os 30 países com maiores cargas tributárias. Com uma carga tributária de 32,39% do PIB e um IDH de 0,760, o país ocupa a última posição no Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES).
O estudo destaca a necessidade de uma reforma tributária que torne o sistema mais justo e eficiente, garantindo melhor retorno dos recursos arrecadados à população.
