O Brasil mantém-se na última posição do Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que avalia a eficiência na aplicação dos tributos arrecadados em prol da qualidade de vida da população. O estudo considera a carga tributária como percentual do Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 30 países com as maiores cargas tributárias do mundo.
Com uma carga tributária de 32,4% do PIB e um IDH de 0,760, o Brasil apresenta o pior desempenho entre as nações analisadas. O IRBES brasileiro alcançou 142,35, mantendo o país na 30ª posição desde o início do levantamento, em 2011.
Em contraste, a Irlanda lidera o ranking pelo sexto ano consecutivo, com um IRBES de 171,72, carga tributária de 20,9% do PIB e IDH de 0,950. Suíça e Estados Unidos completam os três primeiros lugares, evidenciando uma relação mais eficiente entre arrecadação de impostos e retorno em qualidade de vida para a população.
O presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike, destaca que “apesar de termos uma carga tributária digna de países desenvolvidos, o nosso IDH reflete um desenvolvimento muito precário”.
Outros países latino-americanos, como Argentina e Uruguai, apresentam desempenho superior ao brasileiro. A Argentina ocupa a 22ª posição, com carga tributária de 34,4% do PIB e IDH de 0,849, enquanto o Uruguai está na 9ª colocação, com carga de 26,5% do PIB e IDH de 0,83.
O estudo ressalta os desafios enfrentados pelo Brasil em termos de gestão dos recursos arrecadados e seu impacto no bem-estar da população. Para melhorar sua posição no ranking, seria necessário um crescimento significativo do IDH ou uma redução dramática da carga tributária, o que poderia comprometer o funcionamento da máquina pública e o pagamento dos benefícios sociais.
A análise do IBPT evidencia a necessidade de uma gestão mais eficiente dos recursos públicos no Brasil, visando melhorar a qualidade de vida da população e otimizar o retorno dos impostos arrecadados.