Na segunda-feira (29/09), a Casa Branca tornou público um plano de paz de 20 pontos que busca pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e garantir a devolução imediata de todos os reféns. Sob a proposta, o cessar-fogo será ativado assim que Israel aceitar o acordo, e a libertação de prisioneiros — vivos ou mortos — deverá ocorrer em até 72 horas.
Como contrapartida, Israel se comprometeria a soltar 250 palestinos condenados a prisão perpétua, além de 1.700 cidadãos de Gaza detidos desde o início do conflito, em outubro de 2023. A retirada das tropas israelenses seria gradual e condicionada à execução do acordo, com recuo para posições previamente definidas para viabilizar a operação de resgate.
O plano também prevê o desarmamento do Hamas, o estabelecimento de uma administração de transição tecnocrática sob fiscalização internacional e a entrega de amparo aos que desejarem deixar Gaza. Israel, por sua vez, reafirmou que manterá supervisão da segurança no enclave durante o processo.
Netanyahu já sinalizou aprovação ao projeto, embora imponha restrições à retirada total das forças israelenses e ao papel de órgãos palestinos no governo futuro. O Hamas, por sua vez, negou ter recebido oficialmente a proposta até o momento.
A viabilidade desse acordo depende diretamente do aval mútuo, mas também enfrenta obstáculos políticos internos: em Israel, ministros de extrema direita se opõem à rendição de territórios; no mundo árabe e entre aliados, há ceticismo sobre o grau de autonomia conferido aos palestinos sob supervisão externa.
Se colocado em prática, esse plano pode inaugurar uma nova fase diplomática na região, com foco na reconstrução econômica, assistência humanitária e potencial reabertura do diálogo entre israelenses e palestinos — embora reste a dúvida central: o Hamas aceitará os termos?
