Na terça-feira, 8 de abril de 2025, milhares de indígenas de diversas etnias marcharam pelo Eixo Monumental de Brasília, reivindicando a demarcação de terras e o respeito aos direitos garantidos pela Constituição. A mobilização integra a 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), a maior manifestação indígena do país.
Com pinturas corporais e trajes tradicionais, os participantes percorreram cerca de 4 quilômetros, entoando cânticos e palavras de ordem. Entre as faixas, destacavam-se mensagens como “Demarcação das Terras Indígenas Já!” e “Respeitem a Constituição Federal”.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) lidera o movimento, que também protesta contra o marco temporal, legislação que limita a demarcação de terras indígenas às ocupadas até 1988. A medida é considerada inconstitucional por lideranças indígenas, que apontam retrocessos nos direitos conquistados.
Durante o ato, uma réplica da estátua da Justiça, com os olhos vendados e adornada com cocar, foi exibida em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), simbolizando o apelo por reconhecimento e proteção legal.
Além da demarcação de terras, os manifestantes exigem melhorias na saúde, educação e segurança para suas comunidades. Casos de violência, como os conflitos envolvendo os Guarani Kaiowá em Mato Grosso do Sul, foram lembrados como exemplos da urgência das demandas.
O ATL 2025 ocorre até 11 de abril e reúne aproximadamente 10 mil indígenas de todo o país. O evento também marca o lançamento da Comissão Internacional Indígena para a COP30, reforçando o protagonismo dos povos originários nas discussões sobre mudanças climáticas.
A mobilização em Brasília evidencia a resistência e a luta contínua dos povos indígenas por seus direitos, territórios e pela preservação de suas culturas ancestrais.
Postado por James Freitas