O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou a detecção do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial brasileira. O foco foi identificado em uma propriedade de criação de frangos no estado de Santa Catarina, marcando a primeira ocorrência do vírus em ambiente de produção industrial no país.
Até então, os registros de H5N1 no Brasil estavam restritos a aves silvestres e criações de subsistência, como o caso confirmado em junho de 2023 no Espírito Santo, envolvendo um pato doméstico . A nova confirmação em uma granja comercial acende um alerta para o setor avícola nacional, que até o momento mantinha o status de livre da doença em suas produções industriais.
Em resposta ao caso, o Mapa implementou medidas imediatas de contenção, incluindo o isolamento da propriedade afetada, abate sanitário das aves e intensificação da vigilância em um raio de 10 quilômetros. O objetivo é evitar a disseminação do vírus para outras granjas e preservar a integridade do setor avícola brasileiro.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que “não há risco de fechamento de mercados”, destacando que as ações de controle estão sendo eficazes e que o consumo de carne de frango e ovos permanece seguro para a população.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) reforçou que o sistema industrial brasileiro segue protocolos rigorosos de biosseguridade, e que o caso isolado não compromete a segurança dos produtos avícolas nacionais.
O Brasil, sendo o maior exportador mundial de carne de frango, mantém diálogo constante com parceiros comerciais e organismos internacionais para garantir a transparência e a continuidade das exportações. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) recomenda que restrições comerciais não sejam impostas em casos isolados e controlados de gripe aviária.
O Mapa continua monitorando a situação de perto, com equipes técnicas mobilizadas para ações de vigilância e prevenção em todo o território nacional. A população é orientada a reportar qualquer ocorrência de aves doentes ou mortas às autoridades sanitárias locais.
Este episódio ressalta a importância da manutenção de medidas rigorosas de biosseguridade nas granjas e da colaboração entre produtores, governo e comunidade científica para proteger a avicultura brasileira e a saúde pública.