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‘VEJA’ revela que Cid mentiu no STF para prejudicar Bolsonaro

Foto: Adriano Machado/Reuters

A revista Veja publicou nesta sexta-feira, 13 de junho de 2025, uma reportagem que traz à tona mensagens atribuídas ao tenente-coronel Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro – em que ele admite usar um perfil não declarado no Instagram para discutir detalhes sigilosos de seu acordo de delação premiada, contrariando o que disse durante seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em audiência na Segunda Turma do STF, nos dias 9 e 10 de junho, Cid afirmou, sob questionamento do advogado de Bolsonaro, que não fazia uso de qualquer perfil virtual oculto, afirmando que “todos os meus celulares foram apreendidos”. Quando perguntado sobre o perfil @gabrielar702, ele disse que não tinha certeza se pertencia à sua esposa, e manteve a versão de que não utilizava redes sociais naquele período.

Contudo, a Veja teve acesso a trocas de mensagens entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024, período em que Cid já estava sob medidas cautelares, incluindo tornozeleira eletrônica e proibição de contato com investigados. Nessas conversas, ele confessa ter falado sobre pressão dos investigadores: “Toda hora queriam jogar para o lado do golpe… e eu falava para trocar porque não era aquilo que tinha dito”. Além disso, Cid chama o ministro Alexandre de Moraes de “cão de ataque” e afirma que o relator “já tem a sentença pronta”.

O uso de plataforma digital para discutir bastidores do acordo e do interrogatório viola explicitamente as regras impostas por Moraes e pode ser considerado mentiroso à corte, o que caracteriza crime e agrava a situação de Cid. Caso seja reconhecida a falta de veracidade ou temporização inadequada nas declarações, podem ser revistos tanto o acordo de colaboração premiada quanto os benefícios dele decorrentes.

Se confirmado que Cid mentiu ao juiz, haverá uma reviravolta legal: o acordo pode ser suspenso, e ele poderá enfrentar acusações mais severas sem as proteções legais, além de ter seu depoimento desconsiderado como prova. O advogado Celso Vilardi, representante de Bolsonaro, chegou a criticar sua “memória seletiva” durante o interrogatório.

A revelação amplia o debate sobre a robustez do material coletado contra Bolsonaro e demais investigados no inquérito da tentativa de golpe. Especialistas alertam que, ainda que parte das provas rests validadas por outros meios, a credibilidade de Cid entra em xeque, o que pode influenciar diretamente o equilíbrio do processo.

Até o momento, a defesa de Mauro Cid nega autoria das mensagens e sugere possível montagem, argumentando que elas não apresentam registros claros de data ou contexto. O futuro de sua delação dependerá agora da análise minuciosa do STF e da Procuradoria-Geral da República, que podem determinar a continuidade ou não dos benefícios concedidos ao militar.

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